O índice oficial de pobreza do Paraguai acaba de ser divulgado, com os melhores resultados da América do Sul.
A pobreza, medida à equivalência de USD 2,50 por dia (que no Brasil é utilizada para medir a pobreza total), chegou a somente 10% em 2013, quando em 2010 estava em 18%.
Como comparação, no Brasil esta pobreza era de 8,4% em 2012.
Por outro lado, a pobreza relativa (equivalente a USD 4,00/dia) abaixou a 23,8%, sendo que em 2010 era de 34,7%.
A queda continuada da pobreza já havia sido detectada em trabalho divulgado divulgado há um mês atrás pelo Banco Mundial. De acordo àquela instituição, a pobreza total (4 dólares) havia caído a 27,7% e a pobreza relativa (2,5 dólares por dia) caiu para 14% em 2011.
Ao contrário do Brasil e dos países ditos bolivarianos, a redução da pobreza no Paraguai ocorreu graças ao crescimento econômico e inserção do trabalho formal, e não à distribuição de renda pelo estado.
Como exemplo, temos que no Paraguai, a melhoria da renda por trabalho fez com que a renda média familiar chegasse ao equivalente a R$ 2.350 por mês em 2013, sendo 87% proveniente do trabalho, 3,5% de ajuda familiar, 3,7% de aposentadoria e pensões, 5,2% de outras fontes e somente 0,5% de ajuda do estado.
Já para os 20% mais pobres, as transferências condicionadas do estado representaram somente 3,1% da renda mensal total, sendo que no Ceará, a participação dos programas como Bolsa Família chegou a mais de 55% da renda bruta do mesmo quintil.
Industrialização e agronegócio, os dois grandes responsáveis
Os dois principais fatores que incidiram na queda drástica da pobreza paraguaia foram a intensificação da industrialização do país, principalmente graças às indústrias que se instalaram para transformar o Paraguai em base exportadora industrial, e ao agronegócio, que movimenta toda a economia do interior paraguaio, da produção de grãos à agroindústria e fabricação de máquinas e equipamentos para o setor, assim como de diferentes produtos de consumo local.
O agronegócio também é responsável pela reconversão do comércio de fronteira em comércio voltado aos produtores rurais e suas famílias, voltando a movimentar um setor importante da economia do interior.