Paraguai
Tendo em vista a assunção do novo governo, o BRASPAR- CENTRO EMPRESARIAL BRASIL-PARAGUAY elaborou um resumo da situação atual do pais.
1. População
De acordo com os resultados preliminares do Censo Populacional de 2012, o Paraguai conta com aproximadamente 6.250.000 habitantes, distribuídos em 67% na área urbana, e 33% na área rural.
A maior concentração urbana ocorre na Área Metropolitana de Assunção, com aproximadamente dois milhões de habitantes, distribuídos em dez municípios, sendo o maior, a capital, com 600.000 habitantes, seguida de San Lorenzo, Luque, Fernando de La Mora, Lambaré e Capiatá.
A Área Metropolitana de Cidade do Leste é a maior do interior, com aproximadamente 650.000 habitantes em quatro municípios, a saber, Cidade do Leste, Minga Guazú, Presidente Franco e Hernandárias.
Outros municípios importantes do interior são Encarnación (fronteira com a Argentina), Villarrica, Pedro Juan Caballero, Coronel Oviedo e Caaguazú.
Importante lembrar que o Paraguai foi, ao longo dos últimos 40 anos, o país de maior crescimento demográfico da América Latina.
Entre 1972 e 2012, a população paraguaia cresceu em 165%, de acordo com os últimos censos.
1.1 Saúde
A esperança de vida da população paraguaia estava em 75 anos em 2009, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (
http://www.who.int/countries/pry/en/), sendo a desnutrição infantil de 3,4% em 2005.
A mortalidade infantil até 5 anos chegava a 22 para cada 100.000 habitantes, também de acordo à OMS.
1.2 Mortes Violentas e Taxa de Homicídios
A principal causa de mortes violentas no país – 16 para cada 1000.000 habitantes- são os acidentes de transito, onde quase 80% das fatalidades ocorrem com vítimas de motocicletas.
A taxa de homicídios dolosos caiu para 10 para 100.000 habitantes em 2011, ano em que foram contabilizados 626 homicídios dolosos no país, de acordo com o Anuário Estatístico Nacional da, DGEEC (WWW.dgeec.gov.py).
Esta é uma das menores taxas da América Latina, e menos da metade da taxa brasileira, que naquele ano atingiu 22 para 100.000 habitantes.
1.3 Renda, Pobreza e Desocupação
Renda média: a renda média dos trabalhadores da área urbana estava em G$ 2.700.000 – aproximadamente USD 628,00 mensais- no primeiro trimestre de 2012, ou 18% acima da renda dos trabalhadores da área urbana da Argentina no mesmo período.
Comparação renda média Paraguai, Brasil e Argentina
I trimestre de 2013, principais aglomerados urbanos, em guaranies G$ correntes
Câmbio de compra da data de 12/08/2013.
Pobreza
A renda média real da população paraguaia cresceu 5,3% ao ano entre 2002 e 2010, fazendo com que a pobreza total – pessoas que ganham até USD 4,00 por dia por paridade de compra – caísse de 52,7% para 30% no mesmo período, de acordo com o último relatório do Banco Mundial. Na área urbana, a pobreza total alcançou somente 19,1% em 2010, ou metade de 2002, de acordo com os últimos dados do Banco Mundial. http://povertydata.worldbank.org/poverty/country/PRY
Isso significa que a classe média e alta passou de 47,3% para 70% em todo o país (classes A a C).
Os principais fatores de redução da pobreza foram:
a. A explosão de crescimento da agropecuária, que transformou o Paraguai em um dos maiores produtores e exportadores de grãos e carne no mundo.
b. A rápida diversificação industrial que tem acompanhado o país desde o início da década de 1990.
c. Aumento dos investimentos públicos nas áreas de educação e saúde, e dos investimentos privados em transportes, comunicações e sistema financeiro.
d. Valorização do guarani (moeda local) sobre o dólar em 32% entre 2002 e 2013, o que aumentou o poder aquisitivo local, em dólar, em 132%, reduzindo, também, o custo de bens e insumos produzidos no exterior.
Fonte: Banco Mundial
Determinação da pobreza por renda – http://povertydata.worldbank.org/poverty/country/PRY
Importante salientar que o aumento da renda ocorreu sem distribuição artificial de dinheiro do Estado para a população carente, via “bolsas família”, mas sim, exclusivamente através do crescimento econômico do país, que de 1973 a 2012 alcançou a média anual de 7,2%.
Esta redução da pobreza refletiu-se em um sustentado aumento da qualidade de vida material da população paraguaia, fazendo com que os habitantes locais atingissem o mesmo nível de renda material, do que o Brasil e Venezuela, dois países que se destacaram por uma política de redistribuição estatal de renda.
Posse de bens duráveis de comunicação
Desocupação
Embora a desocupação a nível nacional seja a mais baixa do MERCOSUL, com somente 5,4% em 2011,contra 6,7% do Brasil, reflexo da maior concentração rural no país em relação aos seus vizinhos, a desocupação aberta urbana ainda é alta.
No I trimestre de 2013, o desemprego aberto na Área Metropolitana de Asunción- AMA estava em 8,4% (http://www.dgeec.gov.py), contra 8,9% na Grande Buenos Aires (http://www.indec.gov.ar) e 5,8% nas sete principais áreas metropolitanas brasileiras (http://www.ibge.gov.br).
Entretanto, há que se ressaltar que, enquanto o desemprego na AMA caiu de 9,1% no I trimestre de 2012 para 8,4% em 2013, na Grande Buenos Aires houve o fenomeno inverso, subindo de 7,5% para 8,9%.
Um dos fatores que incidem nesta taxa é a alta porcentagem da População Economicamente Ativa paraguaia em relação aos seus vizinhos, fruto, principalmente, da distribuição demográfica atual, onde 70% são jovens de menos de 35 anos, uma vez que agora o país está entrando no denominado “bônus demográfico”, fenômeno que ocorreu no Brasil na década de 1980, e na Argentina, na década de 1960.
Enquanto a PEA urbana paraguaia está em 64%, a brasileira é de 57% e a argentina, de 45,8%.
Este fenômeno guarani é um dos principais fatores de recente atração de investimentos ao país, uma vez que a maior dificuldade encontrada pelos empresários brasileiros que emigram ao Paraguai está na ausência ou custo da Mao de obra, fato que não ocorre no país vizinho.
1.3.1 Educação
A taxa de analfabetismo no Paraguai era de 4,7% em 2011, de acordo com a última PNAD local (Encuesta Permanente de Hogares 2011. (http://www.dgeec.gov.py ).
Esta taxa equivale a uma redução de 77,5% sobre os 20% de analfabetos que existiam em 1972, apesar de o país ainda contar com 1/3 da população vivendo nas áreas rurais.
Outra conquista local na área é a média da população de 10 anos ou mais de idade.
Enquanto no Brasil a taxa média de escolaridade é de 7,3 anos, no Paraguai chega a 8,3 anos, sendo 9,3 anos na área urbana, e 6,3 anos na área rural.
Outro dado importante é que, no Paraguai, 92% da população entre 6 e 17 anos de idade assistem às aulas regularmente (94,7% área urbana e 87,5% área rural), enquanto este índice no Brasil é de 94%, de acordo ás pesquisas nacionais de domicílio 2011 dos dois países.