Os 45 laboratórios paraguaios, que empregam mais de 4.000 trabalhadores diretos, faturaram USD 240 milhões em 2009, sendo 10%, em exportações.
O valor é superior aos USD 200 milhões comercializados pelos laboratórios uruguaios no mesmo período.
A informação provém da CIFARMA, Câmara Paraguaia da Indústria Farmacêutica, e o Ministério da Indústria do Uruguay.
Para 2010, o Paraguai prevê um crescimento de 30% no total de vendas, e 20% nas exportações.
Desta forma, as vendas totais devem atingir USD 300 milhões, de acordo às últimas estimativas da CIFARMA.
Internamente, a indústria local detém 70% do mercado, a maior participação nacional dentro do MERCOSUL.
USD 180 milhões em investimentos
O resultado foi alcançado graças a um investimento de USD 180 milhões nos últimos dez anos, especialmente em tecnologia e adequação dos laboratórios aos padrões internacionais de qualidade.
Quase 100% da matéria prima, ou seja, princípios ativos são importados da China.
Levando em conta que a mão de obra paraguaia tem o menor custo do MERCOSUL, devido ao fato de o empregado paraguaio trabalhar, em média, 48 dias a mais do que o brasileiro, além da baixíssima carga tributária, o custo do medicamento produzido no Paraguai é o mais baixo da região, tornando-o altamente competitivo.
Crescimento em plena crise
Durante o biênio 2008-2009, os laboratórios paraguaios aumentaram 50% suas ventas, sendo 16% em 2008, e 34% em 2009, apesar da forte crise econômica internacional.
O fato ajudou a aumentar a fatia local de 60% para 70% e sustentar o crescimento das exportações a um ritmo anual de 20% no período.
Laboratórios nacionais dominam
Uma característica do mercado paraguaio é que, ao contrário de Brasil, Argentina e Uruguai, são os laboratórios nacionais que dominam o mercado interno.
Com isso, as empresas paraguaias possuem liberdade de importar a matéria prima dos países com melhor custo, o que permite manter uma alta competitividade dos produtos a nível regional.
Como exemplo, no Brasil a indústria local possui 35% do market share, enquanto no Uruguai, as transnacionais dominam 44%.
Quinze mercados externos
Entre os principais clientes estrangeiros dos laboratórios guaranis, encontram exigentes mercados, como o Chile, Argentina, Uruguai e Costa Rica.
As vendas externas devem superar os USD 30 milhões neste ano, e diversos laboratórios preparam-se para exportar ao Brasil, principal alvo das empresas locais.
Somente neste ano, as vendas de medicamentos paraguaios ao Brasil avançaram 71% em relação a 2009.
Alta qualidade e preço competitivo
O sucesso do medicamento paraguaio, além da alta qualidade dos produtos, é o fato de ser considerado o mais barato do MERCOSUL.
“A importação de matéria prima de China e Índia, e os investimentos na infraestrutura e mão de obra especializada, permitem às empresas paraguaias dominarem mercados onde competem”, afirma o economista Federico Ortega Céspedes, professor da Universidad Autónoma de Luque.
Como exemplo, um mesmo medicamento produzido no Paraguai custa, em média, 50% menos do que no Brasil.
Laboratório completa 75 anos
O melhor exemplo da força da indústria farmacêutica guarani é o Laboratório LASCA S.A., o mais antigo do país, que completou, em 2010, 75 anos de existência, empregando mais de 500 funcionários..
O mais recente sucesso de LASCA é o desenvolvimento do medicamento RHEUMAZIN, amplamente utilizado no Brasil e Argentina, e considerado um dos melhores mercado no tratamento de reumatismo e gota.
Mas o maior exportador farmacêutico paraguaio é a empresa La Farmacéutica Paraguaya, que em 2009 totalizou USD 15 milhões em vendas a 11 mercados, um novo recorde da empresa.
Com o avanço da integração do MERCOSUL, e a permanente abertura brasileira, as empresas paraguaias possuem uma excelente perspectiva de crescimento.