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O Paraguai tem uma receita para atrair fábricas: quase não cobra impostos. O aumento da industrialização do país vizinho tem atraído investidores brasileiros.
Made in Paraguay deixou de ser coisa feia. Para fugir dos custos altos, indústrias brasileiras estão se mudando e produzindo no Paraguai.
O brasileiro Edenir Gonçalves tinha uma loja de eletrônicos no Brasil, mas quando fez os cálculos para abrir uma fábrica, resolveu cruzar a fronteira.
“No Brasil infelizmente a gente tem uma carga maior. O país montou uma estrutura que é assim. Então, a gente tem que buscar outras possibilidades. Alguns vão para Argentina, outros pro Uruguai, Venezuela, a gente veio pro Paraguai”.
Nos últimos 20 anos, triplicou o número de indústrias no Paraguai. O diretor da rede de investimentos e exportações afirma que “cada vez mais brasileiros vem averiguar as condições para investir no Paraguai e em diversos setores: plástico, confecções, couros, artigos esportivos.
Uma indústria de cortinas fabrica três mil peças por dia. Toda a produção tem venda garantida do outro lado da fronteira. Os produtos abastecem empresas brasileiras.
“No começo a gente tinha um pouco de receio com relação ao nosso produto por aparecer produzido no Paraguai o que é uma obrigatoriedade, não tem outra maneira de fazer. Mas a gente não teve esse problema graças à qualidade que a gente implantou desde o começo o que acabou provando que no Paraguai a gente consegue produzir com qualidade”, conta o dono de indústria, Alexandre Bazzan.
O Paraguai tem uma receita para atrair fábricas: quase não cobra impostos. “Você vai poder importar matéria prima com isenção de impostos de qualquer lugar do mundo, processar e reexportar o produto e pagar só 1% de imposto total sobre o que foi agregado no Paraguai”, fala o pesquisador Wagner Enis.
Um outro trunfo do Paraguai é a mão de obra. “Vamos dizer que um trabalhador no Paraguai e no Brasil ganhem mil dólares cada um. No Paraguai ele vai sair no total 1.300 dólares – 30% mais de encargos trabalhistas, férias, 13º salário e contribuição social. No Brasil ele vai sair 2.050 dólares”, explica o pesquisador.